Pode a educação plurilingue constituir-se como educação anti-racista?

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Raquel Matias
Pedro Martins

Resumo

Neste artigo, propomos um enquadramento comparativo entre diferentes experiências de educação bilingue/plurilingue que tiveram lugar em Portugal nos últimos 40 anos. A análise procura discutir a cultura de educação monolingue e monocultural vigente nas escolas de ensino público, por contraste às intervenções cujas abordagens implicaram metodologias de alfabetização com uso do cabo-verdiano, com resultados no empoderamento dos alunos e famílias envolvidas, numa maior abertura e consciência comunicativa e nas atividades de escrita e leitura. Discutimos, posteriormente, em torno de representações sobre língua de escolarização associada a noções de objetividade, adequabilidade, naturalização, desvio e défice, ligadas a processos históricos de estigmatização linguística e cida-dã. Concluímos com uma reflexão crítica sobre a utilização da educação bilingue e das línguas menorizadas, discutindo a sua valência numa abordagem educativa anti-racista e por oposição a uma educação monolingue e monocultural.

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Como Citar
Matias, R., & Martins, P. (2019). Pode a educação plurilingue constituir-se como educação anti-racista?. Medi@ções, 7(2), 151–166. https://doi.org/10.60546/mo.v7i2.244
Secção
Dossier
Biografias Autor

Raquel Matias, ISCTE-IUL; CIES-IUL

liar Convidada no ISTE-IUL e Investigadora Integrada no CIES-IUL, dou-torada em Sociologia (ISCTE-IUL Lisboa e INED Paris). Desde 2003, trabalha na intersecção entre sociologia das migrações internacionais e da linguagem, focando nas populações de origem imigrante na Europa e em Portugal. Atualmente, desenvolve investigação sobre atitudes, práticas e políticas linguísticas, com o projeto "Konta bu storia: Padrões de acultura-ção linguística entre descendentes de imigrantes africanos no Vale da Amoreira" (financiado pela FCT / MCTES e em protocolo entre CIES-IUL, CES-UC e CELGA / ILTEC-UC); e com o projeto “Trovoada de Ideias - Inclusão Linguística e Social dos Estudantes dos PALOP no Ensi-no Superior Português” (co-coordenador com Paulo Feytor Pinto, financia-do pela FAMI / ACM).

Pedro Martins, CELGA/ILTEC, Universidade de Coimbra

Investigador linguístico (CELGA-ILTEC), licenciado em Linguística e mestre em Tradução (FLUL). Desde 2010, trabalha no campo da sociolinguística, fazendo parte da equipa de investigação dos projetos «Turma Bilingue» e «Uma Escola Multilingue» (financiados pela FCG, e realizados pelo ILTEC, com a coordenação de Maria Helena Mateus e Dulce Pereira), do projeto «Konta bu storia: Padrões de aculturação linguística entre descendentes de imigrantes africanos no Vale da Amoreira» (financiado pela FCT / MCTES e em protocolo entre CIES-IUL, CES-UC e CELGA / ILTEC-UC); e do projeto «Trovoada de Ideias - Inclusão Linguística e Social dos Estudantes dos PALOP no Ensino Superior Português» (com a coordenação de Raquel Matias e Paulo Feytor Pinto, e financiamento pela FAMI / ACM).